terça-feira, 10 de agosto de 2010

MESTRE DIDI

A força da continuidade africana no Brasil está presente na trajetória de Mestre Didi (nasceu em 1917), nas suas atividades seja na religião, na arte, seja na ciência e filosofia ou múltiplas nas atuações institucionais impulsionando novas formas de percepção da pluralidade da cultura brasileira contemporânea. A riqueza do patrimônio civilizatório africano-brasileiro é reconhecida na medida em que se conseguem ultrapassar os obstáculos da percepção ideológica do branqueamento, do sincretismo, ainda prolongações coloniais. A afirmação e expansão da tradição religiosa africano-brasileira ultrapassam os espaços físicos da comunidade-terreiro e se espraiam nos espaços públicos, de âmbito urbano ou natural.
Mestre Didi participa dessas dimensões de luta de afirmação da tradição africano-brasileira, seja na festa de 2 de Fevereiro, homenagem e oferendas aos orixás das águas em Ponta de Areia, Itaparica, seja na fundação do afoxé Troça Carnavalesca Pai Burukô (1935 - 1942 - 1983). A percepção da pujança da tradição africano-brasileira tem como desdobramentos reflexões e elaborações em torno da formação plural da sociedade brasileira e faz com que os valores da tradição, mais do que nunca, enriqueçam a vida contemporânea. Em todas as manifestações da sociedade brasileira contemporânea a continuidade da tradição africana se faz presente renovando-se dinamicamente. Nas palavras de Mestre Didi "evoluir sem perder a essência".

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